Rumi, a Flauta e a Espiritualidade - EvoluCoaching

Tempo de leitura: 4 minutos

Escuta a flauta de bambu,

como se queixa, lamentando

seu desterro:

“Desde que me separaram de minha raiz,

Minhas notas queixosas arrancam lágrima de homens e mulheres.

Meu peito se rompe,

lutando paralibertar meus suspiros,

E expressar os acessos de saudade do meu lugar.

Aquele que mora longe de sua casa

Está sempre ansiando pelo dia em que há de voltar.

O lamento da flauta é fogo, e não puro ar.

Que aquele que carece desse fogo seja tido como morto!

É o fogo do amor que inspira a flauta,

É o amor que fermenta o vinho,

Rumi

Este poema de Rumi retrata bem a ânsia do ser humano. Quem nunca se pegou perguntando:

De onde viemos?
Para onde estamos indo?
Existe um significado para a vida?
O que eu vim fazer neste mundo?

Se você já se pegou se questionando sobre isso, então estamos juntos =)

Na minha opinião, a espiritualidade é o Fogo que Rumi menciona. No esoterismo temos o Ar como o elemento do intelecto, do pensamento (em oitavas superiores, também podemos ter o Ar como inspiração divina). No caso do Fogo, temos o simbolismo da Fé, do Espírito, da Vontade.

Como diz Rumi:

“Que aquele que carece deste Fogo seja tido como morto!”

Temos então a Fé, o Espírito e a Vontade como propulsores da vida. A fé não precisa necessariamente estar ligada à uma religião. Muitos que não seguem qualquer religião possuem uma fé enorme.

Pra mim, espiritualidade seria o contato com os planos espirituais, aquilo que não é visível, que está além. A pessoa de fé acredita antes de ver. Como dizem as escrituras….bem-aventurados os que não viram e creram.

Voltando ao poema de Rumi, o lamento da flauta é o lamento do ser humano, que se separou a Fonte Primordial, e hoje vive na ilusão (Maya) da separação.

Eu gosto muito do Xamanismo, esta espiritualidade e sabedoria ancestral me encanta. Estou sempre ouvindo música indígenas e xamânicas e estes dias me emocionei com a flauta e lembrei deste poema do Rumi, então resolvi compartilhar aqui…

Esta nossa ilusão infelizmente causou e continua causando muitas guerras e sofrimento pelo mundo. Espero que as pessoas continuem despertando cada vez mais para este senso de Unidade, pois só assim estaremos preparados para a Era de Ouro, a chamada Satya Yuga.

Aproveito este post para deixar uma música que fala muito destas questões, e une o som da flauta com a força das guitarras. Abaixo você pode ler a letra, e ao final do post deixo o vídeo, com o som da flauta do poema _/|\_

O Sangue do Riacho de Maria

Em breve não estarei mais aqui
Você ouvirá o conto
Através do meu sangue
Através do meu povo
E o choro da águia
O urso interior nunca se deitará em descanso

Vagando na Estrada do Horizonte
Seguindo um rastro de lágrimas

O homem branco chegou
Avistou a terra abençoada
Nos preocupamos, vocês tomaram
Vocês lutaram, nós perdemos
Não a guerra mas uma luta injusta
Cenários pintados lindamente em sangue

Vagando na Estrada do Horizonte
Seguindo um rastro de lágrimas
Uma vez já estivemos aqui
Onde nós vivemos desde que o mundo começou
Desde que o próprio tempo nos concedeu esta terra

Nossas almas se unirão novamente com a selva
Nosso lar na paz, na guerra e na morte

Vagando na Estrada do Horizonte

“Ainda sonho todas as noites
Com aqueles lobos, aqueles mustangues
e aquelas infindáveis pradarias
Os ventos inquietos sobre o topo das montanhas
A fronteira intocada de meus amigos e parentes
A sagrada terra do Grande Espírito
Eu ainda acredito em cada noite
Em cada dia
Eu sou como os caribus
E vós sois como os lobos que fazem-me mais forte
Nós nunca devemo-lhes nada
Nossa única dívida é uma vida à nossa Mãe
Este foi um bom dia para cantar esta canção
Para Ela

Nosso espírito estava aqui muito antes de vós
Muito antes de nós
E por muito estará depois que vosso orgulho trazer-lhes
o vosso fim”