Conheça os ensinamentos de Wakan-Tanka, a espiritualidade dos Índios Norte Americanos

Tempo de leitura: 8 minutos

“Todo amanhecer é um acontecimento sagrado, e todo dia é sagrado, pois a luz vem de seu Pai “Wakan-Tanka”; e também vocês devem sempre se lembrar de que os de duas pernas (seres humanos) e todos os outros povos que habitam esta terra são sagrados e devem ser tratados como tais”. – Mulher Filhote de Búfalo Branco

Eu sempre amei as culturas indígenas, uma vez um astrólogo disse inclusive que isto estava no meu mapa =)

Quanto mais me adentro nos mistérios da humanidade, mais eu admiro estes povos. Segundo meus estudos da Teosofia, os povos indígenas são descendentes diretos dos atlantes, uma civilização avançadíssima que acabou se perdendo.

Se o homem branco abrir a mente, pode aprender muito com as diversas culturas nativas, pois no mundo inteiro os povos antigos guardaram uma sabedoria imensa. Nesta página você pode ver um pouco sobre o meu trabalho com as Cartas Xamânicas, com os ensinamentos dos índios nativo americanos. Estes ensinamentos são utilizados para apoiar o trabalho de Coaching.

O que eu mais admiro nos índios é a profunda conexão que eles possuem (ou pelo menos possuíam) com a natureza. A espiritualidade fluia naturalmente por estes povos, que sabiam admirar todos os seres e fenômenos da natureza com muito respeito.

“Quando eu tinha dez anos, olhei a Terra, os Rios, o Céu e os Animais ao meu redor, e não pude deixar de ver que eles provinham de algum grande poder. Fiquei tão ansioso para entender esse poder que comecei a indagar as Árvores e os Arbustos. Era como se as Flores estivessem me falando e eu queria perguntar; “QUEM FEZ VOCÊ?” Eu olhava as Pedras cobertas de musgo; algumas delas pareciam Ter traços de Homem, mas não podiam me responder. Então tive um sonho, e neste sonho uma pequena Pedra redonda apareceu e me disse que o criador de tudo era WAKAN TANKA, e que, a fim de honra-lo, eu deveria honrar seus trabalhos na natureza. A Pedra disse que minha curiosidade me havia tornado merecedor de ajuda sobrenatural e que, se eu estivesse tratando uma pessoa doente, deveria pedir seu auxílio, que todas as forças da Natureza me ajudariam a encontrar a Cura.”

Bufalo-Bravo – Feiticeiro Sioux

Este é o verdadeiro caminho do Xamã, ter contato com os mistérios da criação, viajar por outros mundos, “conversar” com pedras, plantas, animais, e todos os elementos da natureza. No texto acima, Wakan significa “Misterioso” e Tanka significa “Grande”.

“A Tradição Oral dos Nativos Americanos vem propagando, há milhares de anos, que cada partícula da Criação, assim como toda e qualquer forma de vida individualizada, é uma expressão do Grande Mistério e possui o Grande Mistério dentro de si. Cada forma de vida possui livre-arbítrio e vontade própria para tornar-se ou um veículo de feiura e desespero ou então um co-criador, junto à Fonte Original, da Beleza e da Verdade.

Toda forma de vida tem uma missão comum ao lado de suas missões individuais. Cada forma de vida é criada para aprender a contribuir para a Beleza do Todo. O propósito da missão comum é descobrir quem você é, por que está aqui, que talentos você pode usar para ajudar o Todo e de que maneira você vai fazer isto. Essa missão de descoberta é o Caminho Sagrado da Beleza que permite a toda Criatura  viva expressar seu aspecto Único e original de uma forma que possa manifestar verdade e harmonia. A raça humana é o único de Todos os Nossos Parentes que terminou perdendo o conhecimento interior sobre seu propósito de vida.”

O trecho acima faz parte dos ensinamentos do Grande Mistério, retirado do livro Cartas do Caminho Sagrado de Jamie Sams. Eu acredito fortemente nestas palavras, e por isso a minha missão é ajudar as outras pessoas a encontrarem as suas próprias missões, a sua Verdadeira Vontade, o equilíbrio de vida. Larguei minha empresa de tecnologia para me dedicar totalmente à esta missão, trabalhando hoje como Coach com abordagem holística.

Estes dias estava estudando sobre a geometria sagrada, e entendi que a forma mais perfeita e fluente da natureza é o círculo. Apesar disso, nossa sociedade vive no quadrado. Uma vez em uma palestra do Samuel Souza de Paula, ele contou sobre um pajé brasileiro falando sobre isso… Nós moramos em “caixas”, entramos em “caixas” móveis para ir para o trabalho, trabalhamos dentro de “caixas”, estudamos dentro de “caixas”. Veja o que diz a sabedoria de Chefe Falcão Voador, índio Sioux:

“Nossos tipis (tendas) são muito melhores de se viver; sempre limpas, quentes no inverno, frescas no verão, fáceis de transportar. O homem branco constrói casas imensas, parecidas com grandes gaiolas; custam muito dinheiro, vedam a entrada do sol e não podem se mover; estão sempre doentes. Os índios e os animais sabem como viver melhor do que o homem branco; ninguém pode ter boa saúde se não dispõe o tempo todo de sol, ar fresco e água pura. Se o Grande Espírito quisesse que os homens permanecessem num único lugar, teria feito o mundo imóvel. Mas Ele quer a mudança, de modo que os pássaros e os animais possam se mover e sempre encontrar grama verde e frutos maduros, sol para trabalhar e brincar, noite para descansar; verão para as flores se abrirem e inverno para dormirem; sempre a mudança; tudo com algum benefício; nada por nada.
O homem branco não obedece ao Grande Espírito; por isso os índios jamais se entenderão com ele.”

E sobre relacionamentos? Algo tão importante na vida de todos, o que eles tinham a dizer?

Diz uma lenda Sioux que um guerreiro e uma bela mulher se aproximaram de um feiticeiro e pediram um feitiço, um conselho, um talismã, qualquer coisa que assegurasse o amor que um nutria pelo outro e queriam se casar mantendo esse amor mesmo para além da morte.

O feiticeiro solicitou para o guerreiro uma águia que poderia encontrar num montanha específica e para a bela dama um falcão que deveria trazer de uma outra montanha. Deveriam trazer a águia e o falcão vivos até o terceiro dia da lua cheia.

E agora o que faremos? – perguntou o jovem – as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue?
– Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? – propôs a jovem.
– Não! – disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro… quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres…

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros… a águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse: Jamais esqueçam o que estão vendo… este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão… se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro…
Se quiserem que o amor entre vocês perdure…
“Voem juntos… mas jamais amarrados”.

Para finalizar este post, deixo aqui uma Oração Sioux, e uma linda música para você ouvir enquanto lê a Oração.

Óh! Grande Espírito cuja voz ouço nos ventos,
cujo hálito, da vida ao mundo,
ouça-me sou pequeno e fraco,
preciso de tua força e de tua sabedoria,
faça com que meus pés andem em beleza,
e que minhas mãos protejam as coisas que fizestes.
Faça-me sábio para que eu possa aprender as lições
que escondestes em cada folha e em cada pedra.
Faça-me forte, não para ser superior aos meus
irmãos,
mas para que eu possa enfrentar meu maior inimigo,
“Eu Mesmo”.
Faças com que eu esteja sempre pronto a te
encontrar, olhando nos olhos.
Para que quando a minha vida se for, assim como o
sol se põem,
meu espírito não tenha vergonha de fazê-lo.

Se você gostou deste post, lembre-se de compartilhar com os seus amigos, às vezes pequenos gestos podem significar muito para a vida de uma pessoa =)