Conheça o significado deste poderoso mantra budista

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Muitas pessoas gostam de mantras, e eles realmente funcionam.

A própria palavra Mantra vem do Sânscrito “Man”, que significa mente e “Tra”, que significa controle. Temos mantras em diversas tradições, e das que eu tenho mais contato posso citar a Cabala, o Budismo e o Hinduismo.

Na minha iniciação no Reiki Usui e Tibetano, um mantra foi muito enfatizado. Eu já gostava muito deste mantra, e hoje utilizo ele nas aplicações de Reiki.

Este mantra é o Om Mani Padme Hum. Nas tradições esotéricas ( e na física quântica também ), aprendemos que conseguimos utilizar de verdade o poder de um símbolo somente quando conhecemos o seu significado (o próprio Dalai Lama concorda com isso), e por isso resolvi colocar aqui o significado do Om Mani Padme Hum, nas palavras do próprio Dalai Lama.


É muito bom repetir o mantra Om Mani Padme Hum [em tibetano sua pronúncia é Om Mani Peme Hung, mas sua origem é indiana], mas enquanto o estiverem fazendo devem pensar sobre sua significação, pois o significado dessas seis sílabas é grande e profundo. A primeira, Om, compõe-se das três letras A, U e M, que simbolizam o corpo, a palavra e a mente puros e sublimes de um Buddah.

Podem o corpo, a palavra e a mente impuros ser transformados em corpo, palavra e mente puros, ou são inteiramente separados? Todos os Buddahs eram seres como nós que, após trilharem o Caminho, tornaram-se iluminados. O Budismo não afirma que haja uma pessoa que desde sua origem esteja livre de falhas e que possua todas as boas qualidades. A condição pura do corpo, da palavra e da mente surge ao abandonarmos gradualmente os estados impuros e, em consequência, nos tomarmos puros.

Como se processa isso? O caminho é indicado pelas quatro sílabas seguintes: Mani, que significa joia, simboliza os fatores do método, a intenção altruísta de alcançar a iluminação, a compaixão e o amor. Assim como uma joia é capaz de eliminar a pobreza, a mente altruísta da iluminação é capaz de afastar a pobreza, ou as dificuldades da existência cíclica e da paz solitária. Do mesmo modo como uma joia satisfaz os desejos dos seres sencientes, a intenção altruísta de alcançar a iluminação satisfaz as aspirações dos seres sencientes.

As duas sílabas, Padme, que significam lótus, simbolizam a Sabedoria. Assim como um lótus nasce da lama, mas não se contamina com ela, a sabedoria é capaz de nos colocar em uma situação de não-contradição, ao passo que há contradição se não temos Sabedoria. Existe a Sabedoria que percebe a impermanência; a Sabedoria que percebe que as pessoas não são autossuficientes ou substancialmente existentes; a Sabedoria que percebe o vazio da dualidade, ou seja, a diferença de entidade entre sujeito e objeto; e a Sabedoria que percebe o vazio da existência inerente. Embora existam muitos tipos diferentes de Sabedoria, a mais importante é aquela que percebe o vazio.

A pureza deve ser alcançada através da unidade indivisível do método e da Sabedoria, representada pela sílaba final Hum, que indica essa indivisibilidade. De acordo com o sistema sutra, a indivisibilidade de método e Sabedoria referem-se à Sabedoria influenciada pelo método e este influenciado por Aquela. No mantra, ou veículo tântrico, faz-se referência a uma consciência na qual existem de forma completa tanto a Sabedoria quanto o método como uma entidade indiferenciável. Em termos das sílabas-sementes dos cinco Buddahs Vitoriosos, Hum é a sílaba-semente de Akhobhya — O inalterável, O que não se agita, O que nada pode perturbar. Desse modo, as seis sílabas, Om Mani Padme Hum significam que, em função da prática de um Caminho que é uma união indivisível de método e Sabedoria, podemos transformar nosso corpo, nossa palavra e nossa mente impuros, no corpo, na palavra e na mente sublimes de um Buddah.

Diz-se que não devemos procurar o Estado de Buddah fora de nós mesmos; as substâncias para que alcancemos o Estado de Buddah estão dentro de nós. Como Maitreya declara no seu Sublime Continuum do Grande Veículo (Uttaratantra), todos os seres possuem a natureza de Buddah no seu próprio continuum. Temos dentro de nós a semente da pureza, a essência d’Aquele que chegou à Verdade, Tathagatagarbha, a qual deve se desenvolver completamente e se transformar no puro Estado de Buddah.

(Sua Santidade Tenzin Gyatso — Décimo Quarto Dalai-Lama, Centros Budistas Calmuco-Mongólia, Nova Jersey)

O Budismo ensina também que:

OM (a natureza última de toda a realidade – a essência das coisas) — liberta do orgulho

MA — Liberta do ciúme e da luxúria

NI — Liberta das paixões e dos desejos egoísticos

PAD — liberta da ignorância

ME — liberta da avareza e da possessividade

HUM — liberta da agressividade e do ódio

Om Mani Padme Hum, muito resumidamente, abre a mente para o Amor e para a Compaixão conduzindo ao despertar. E assim, cada uma das seis sílabas tem um efeito específico, a saber:

OM — purifica o corpo físico

MA — Purifica a palavra

NI — Purifica a mente

PAD — purifica as emoções

ME — purifica as condições latentes

HUM — purifica o véu que encobre o Conhecimento


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Você pode ouvir o Om Mani Padme Hum e outros mantras aqui.