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Desde muito cedo eu tenho afinidade com a cultura indígena, sempre gostei do contato com a Natureza, e via eles como os povos que ainda mantinham uma conexão próxima com a floresta.
Em determinado momento da minha jornada, me deparei com o Xamanismo, que liga a Espiritualidade e a Natureza, e foi algo que me identifiquei muito. Li vários livros, conheci pessoas, fiz curso, conheci as medicinas, e até fiz vivências com a Ayahuasca, e hoje vivo esta sabedoria no meu dia a dia.
Mas o que é Xamanismo?
Segundo Mike Williams, em seu livro O Espírito do Xamã, o Xamanismo não existe. O termo “xamã” vem da palavra tungue “saman”, e diz respeito a um praticante espiritual evenque da Sibéria que faz viagens ao mundo dos espíritos em prol da sua comunidade.
Hoje eu diria que o Xamanismo é a espiritualidade nativa, ligada à natureza, aos povos antigos. Eu particularmente não considero o Xamanismo uma religião, embora poderia ser considerada a primeira religião da humanidade, afinal, há relatos de práticas xamânicas da idade da pedra.
De acordo com Jamie Sams, em seu livro As Cartas do Caminho Sagrado:
Segundo a Tradição Nativa Americana a cura significa tudo aquilo que possa vir a ajudar o indivíduo a se sentir mais integrado e harmonizado com a natureza e com todas formas de vida. Tudo aquilo que cure o corpo, a mente e o espírito é considerado Medicina.
Este é o motivo de eu integrar o Xamanismo ao meu trabalho, pois a essência do Caminho Sagrado faz parte da minha missão.
Utilizo as Cartas do Caminho Sagrado e as Cartas dos Animais de Poder nos atendimentos com o intuito de ajudar os clientes utilizando a sabedoria dos nativos. Cada um dos livros possui 44 cartas que trazem ensinamentos nativos e características dos animais de poder, que ajudam muito no autoconhecimento.
As cartas funcionam através da Sincronicidade, que ensina que nada no Universo é por acaso. Ao longo da minha jornada com as cartas, é incrível ver como realmente os ensinamentos fazem sentido para o momento da consulta, tanto para mim quanto para outras pessoas.
Cada carta traz ensinamentos da sabedoria nativa, e uma aplicação prática para o consulente.
Aproveito e deixo aqui o trecho da carta da Roda do Arco Íris, que traz uma profecia Navajo que ao meu ver nos fala sobre a Era de Aquário, a Satya Yuga (ou Era de Ouro).
Entre os Navajos e os Hopis a Deusa da Roda do Arco-Íris, ou o Círculo do Arco-Íris, é a portadora das chuvas amigas que alimentam as Três Irmãs – Milho, Abóbora e Feijão – durante o verão, para que o Povo também possa ser alimentado. Vemos muitas vezes uma imagem da Roda do Arco-Íris servir como tema para pintura na areia, uma antiga Arte de Cura Sagrada empregada pelos Clãs de Cura destas Nações.
A Deusa da Roda do Arco-Íris chega de todas as Quatro Direções e gira como uma suástica, de modo a cobrir todas as direções. O lado de fora do Círculo Sagrado é protegido por outra Deusa da Roda do Arco-Íris, que se inclina no Espaço, criando com seu próprio corpo um cálice que recolhe a chuva e protege todo círculo. Sem as bênçãos da Chuva, as Três Irmãs morreriam e o Povo não poderia mas continuar a ser alimentado.
A Roda do Arco-Íris representa a promessa de Paz entre todas as Nações e entre todo o Povo. A Raça do Arco-Íris vem reforçar a igualdade entre as nações e se opõe a idéia de uma raça superior que controlaria ou conquistaria outras raças. A Raça do Arco-Íris vem para trazer a Paz, através da consciência de que todas as raças constituem na verdade uma raça só. O Arco-Íris encarna a idéia da Unidade de todas as cores e a idéia de que todos os credos devem trabalhar juntos, visando o bem comum. Quando todos os Caminhos que conduzem a Totalidade forem respeitados por todos os povos, a profecia do Arco-Íris estará sendo cumprida.
Na época em que vivi no México e trabalhei com as Avós, junto a sociedade do Búfalo da Dimensão dos Sonhos, ou com a Fraternidade Feminina, descobri que muitas profecias derivadas de Videntes e Sonhadores haviam se conservado através dos Tempos. A profecia da A Roda do Arco-Íris, por exemplo, era bastante clara.
Quando o Tempo do Búfalo estiver para chegar, a terceira geração de crianças de olhos brancos deixará crescer os cabelos, e começará a falar do Amor que trará a cura para todos os filhos da Terra. Estas crianças buscarão novas maneiras de compreender a si próprias e aos outros. Usarão penas, colares de contas, e pintarão os rostos. Buscarão os Anciões da nossa Raça vermelha para beber da fonte de sua Sabedoria. Estas crianças de olhos brancos servirão como sinal de que os nossos Ancestrais estão retornado em corpos brancos por fora, mas vermelhos por dentro. Elas aprenderão a caminhar em equilíbrio na superfície da mãe terra, e saberão levar novas idéias aos chefes brancos. Estas crianças também terão de passar por provas, como acontecia quando eram Ancestrais vermelhos. Serão usadas substâncias pouco comuns, como Água de Fogo por exemplo, para observar se ela continuarão a caminhar firmemente dentro do Caminho Sagrado.
A geração dos filhos da flor atravessou essa parte da profecia e alguns deles conseguiram permanecer dentro do Caminho Sagrado. Outros se perderam por algum tempo e agora estão retornado a caminho de forma mais harmoniosa. Alguns se desiludiram e esqueceram os altos ideais que os alimentaram quando seus corações eram jovens, enquanto outros estão despertando, apressando-se para retornar ao Caminho da Sabedoria.
Vovó Cisi olhava para mim com seus olhos espelhados, suas palavras me calavam a fundo; ela falava da Profecia do Arco-Íris e eu sentia meu coração às vezes apertado, as vezes enchendo-se de Amor e de Esperança. Ela me falava da volta do Búfalo à Ilha da Tartaruga (América), e de como os nossos rebanhos voltariam a ser numerosos.
Após o retorno do Búfalo, a geração que se seguisse a dos Filhos da Flor viveria o Amanhecer do Quinto Mundo da Paz. Esse quinto mundo é chamado pêlos Índios de pônei vacilante que logo ao nascer tentaria se firmar em suas patas. Ela declarou que esse movimento vacilante seria sentido pela Mãe Terra, e que ocorreriam mudanças no solo e nas águas. Este movimento provocaria um novo tipo de emoções e de sentimentos entre os filhos da Terra, o que apressaria as mudanças. Muitos sonhos coloridos seriam trazidos para o Tempo-de-Dormir e para o Tempo-de-Sonho destes novos Guerreiros do Arco-Íris, e eles aprenderiam de novo a Caminhar em Equilíbrio. As mudanças ocorridas em nossa Mãe Terra trariam medo às suas crianças, porém mais tarde conduziriam a Consciência da Unidade, no seio de um-só-Mundo, um-só-Povo.
Vovó Berta se divertia toda vez que chegávamos a essa parte da Profecia, porque os meus olhos se arregalavam como se fossem faróis, e eu não conseguia ficar parada um só instante. Então Vovó Berta pedia que Vovó Cisi parasse de contar a história por aquele dia e me deixava na maior expectativa até o dia seguinte. Ela fazia isso só pra mexer comigo. Finalmente Vovó Cisi recomeçava a história, dando-me tapinhas no joelho, para fazer com que eu prestasse atenção ao ritmo da Profecia. Ela sentia que minha mente girava em torno de minhas próprias projeções. Eu queria mesmo era ficar fazendo um monte de perguntas sobre como, quando, onde e por que! Eu queria saber todos os detalhes. Tinha vinte e dois anos na época e era muito impaciente, mas consegui me controlar e ficar em silêncio para que ela pudesse continuar.
A Roda do Arco-Íris surgirá sob a forma de um “Cachorro do Sol” para todos aqueles que estiverem prontos para vê-la. O Cachorro do Sol forma um Círculo de Arco Íris completo ao redor do Sol e possui brancas luzes brilhantes apontando para as Quatro Direções. O Cachorro do Sol é um fenômeno natural raro e foi batizado assim pelos Nativos Americanos. O nome agora é usado por cientistas do mundo inteiro. Muitos Cachorros do Sol serão vistos quando se aproximar o Tempo do Búfalo Branco. Esta será a Linguagem que o Céu usará para nos dizer que já chegou o momento de partilhar os Ensinamentos Secretos e Sagrados entre todas as raças. Muitos Filhos da Terra despertarão para assumir a responsabilidade dos ensinamentos e o processo de Cura Planetária começará a tomar novo impulso.
Vovó Berta sorria com um olhar distante, sabendo que já estaria na Estrada Azul do Espirito quando chegasse o Tempo do Búfalo Branco. Vovó Cisi também já estaria no acampamento do Outro Lado, porém ambas me prometeram que, assim que soasse a hora certa para divulgar esses ensinamentos, estariam a meu lado, me ajudando.
As Avós também me falaram das mudanças que os Filhos da Terra sofreriam durante este movimento vacilante – ou Processo de Cura – no momento em que as Rodas do Arco Íris girassem em seus sonhos. Elas declararam:
“Muitos Filhos da Terra passarão a se recordar dos objetivos desta Caminhada pela Terra e aprenderão a desenvolver seus dons para poder auxiliar a toda a humanidade. A Verdade dissolverá os nós da separatividade e a Bondade prevalecerá. Alguns detalhes acerca das mudanças que ocorrerão na Terra virão em Sonhos. Algumas pessoas receberão sinais indicando que deverão se mudar para locais bem mais seguros. Outras serão informadas de que sua ajuda se fará necessária em determinados locais em que ocorrerão as mudanças. Todos deverão confiar em sua visão pessoal e deverão ser capazes de ouvir seus corações para poder auxiliar o Todo. As pessoas se tornarão capazes de utilizar seus dons alegremente, e saberão qual é o seu papel específico dentro deste grande Elo Universal. Os outros ensinamentos da profecia da Roda do Arco-Íris só serão transmitidos mais tarde, quando mais pessoas já estiverem despertado para seu potencial interno.”
Em nossa tradição Seneca foi a Vovó Twylah quem me ensinou os diversos usos do Círculo do Arco Íris da Paz. Quando estamos enfrentando alguma dificuldade, podemos lançar mão da Roda do Arco Íris da Paz, visualizando-o em torno daquela situação, das pessoas envolvidas e do motivo da desarmonia. Depois, piscamos os olhos alegremente, fazendo com que toda aquela imagem seja envolvida pela Paz interna. Podemos ainda usar esta técnica junto a outros rituais, colocando os nossos objetivos dentro da Roda do Arco Íris da Paz.
Os nossos objetivos são inspirados na Tradição da Confederação da Paz Iroquesa, que utiliza os Doze Ciclos da Verdade para que a Paz se manifeste. Os Doze Ciclos da Verdade são os seguintes: Aprender a Verdade, Honrar a Verdade, Organizar a Verdade, Observar a Verdade, Apresentar a Verdade, Amar a Verdade, Servir a Verdade, Viver a Verdade, Trabalhar a Verdade, Caminhar com a Verdade, Ser Grato pela Verdade. Quando convidamos a Verdade total a penetrar em nosso Espaço Sagrado, estilhaçamos os grilhões da separatividade e da ilusão, que constituem a base da desarmonia.
A Roda do Arco Íris da Paz destrói as mentiras que fizeram os Filhos da Terra desconfiarem uns dos outros e substitui a ilusão da separatividade pela afirmação da Totalidade. Quando a Deusa da Roda do Arco Íris dos Navajos e dos Hopi vier abençoar a Mãe Terra com as chuvas da purificação e da regeneração, seus filhos também serão curados e purificados. Assim que o Arco Íris da Paz dos Senecas conseguir envolver o Espaço sagrado de cada pessoa, todos passarão a Caminhar em Verdade, respeitando o Espaço Sagrado do outros indivíduos, e a Harmonia voltará a reinar em nosso Planeta. Esses Sistemas de Sabedoria são baseados nos ensinamentos dos Guerreiros do Arco Íris – as irmãs e irmãos que trabalham pela União do Quinto Mundo e lutam pela vitória da Paz no Planeta.
Escolhi esta carta pois ela tem muito a ver com o meu trabalho, que é através do autoconhecimento ajudar as pessoas a descobrirem e viverem a sua missão pessoa, a sua Verdadeira Vontade. Quer saber mais sobre este trabalho? Basta entrar em contato que ficarei feliz em responder. _/|\_